sexta-feira, 1 de março de 2013

Morena, que saudade.

Me cruze com teus olhos,
e não me desfaça de teus lírios,
os nossos cheiros são distintos e talvez
nós sejamos apenas mais um bouquet de 
flores chorosas.

Me afague, enquanto eu deitar
nesse onde, nesse estar, 
enquanto você se descobre,
e nós fica a derivar.

Aparente estar a sorrir,
e verei a tua tristeza no ar,
quem sabe eu possa ser mais compreensível
e ir te acariciar, te deitar no colo, aah!
Pequenina morena, deixa eu te falar,
eu tenho saudade de estar longe de ti,
porque é quando eu mais sinto a tua falta.

Saudade que nunca tive ao certo.

Minha querida, 
espero que a tua saudade
se aconchegue nesses teus olhos sem vida.
Também espero, que a tua bebida
seja uma dose infinita de lembranças
derretidas, e que nada em teus braços
permaneça se for mais uma ilusão
da vida.
Lhe guardo em papeis de canções
sem findas, e te espero
nos caprichos desses passos
desajustados, mas também não me esqueço
que, a saudade que me pertence, também
é uma loucura da minha mente,
e para mais um aviso! Lembre-se
que eu morri de saudade, sem saber
se você tinha ido de verdade.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Morte dela.

Que se derreta
em teus lábios o pavor
dos teus olhos, e que faça
de tuas chagas as cálidas repulsas
para que os teus ares possam ir embora.

Eu afago as tuas cicatrizes,
e tua expressão é errante,
os choros são quase que perceptíveis
aos olhos cegos, cegos
são aqueles que enxergam a tua falsa alegria.

Dessa tua pele podre vem o odor
que sufoca-me, porém entra
por minhas narinas os doces cheiros
dos cantos das rosas de tua inda.

Quem te deixa nesta
rotina de viver, esta caduco.
Minha senhorita, ninguém mais
enxerga a morte de tua alma,
pois apenas olham esse teu coração
amedrontado, que não sabe mais amar.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Toda errada.

Não te mostro com este rosto ardido,
se esconda neste vidro.
O teu olhar é mal feito, o teu sorriso
é caído, não faça nenhum movimento brusco,
ninguém gosta de ver teu lado torto,
mas eu gosto de ver você toda de ponta cabeça.
Desvenda toda essa malícia de menina, e inventa toda essa banguça na gaveta, e depois reinventa toda as lembranças arrumadas nela, é que menina desarrumada tem o dom de bagunçar e arrumar as coisas, digo por experiência propria, você bagunça meu coração a toda hora.
Não se esqueça de ficar escondida no quarto
cinza, eu gosto de te ver toda na cama, nua e sem
maquiagem, natural feito a lua, e descoberta feito o céu.
Ninguém gosta de ver você toda retraída e desengonçada,
mas eu gosto de te ver toda distraida, e de ponta cabeça
sem desavenças, apenas sendo você.

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Toda essa rotina sendo arrastada.

É removível todo esse direito de pensar,
pois não pensamos em caminhar,
paramos na avenida para descansar, e vem
alguém nos atrapalhar, e leva todos nós para algum lugar,
mas assim que é bom! Ser arrastado por mãos desconhecidas,
experimentar outras vidas, pois meu bem, minha querida,
essa nossa vida só é mais uma historia conhecida.
Por onde levar toda essa rebeldia de querer
estar apenas em um lugar, se acomodar nessa esquina,
com pessoas embriagadas, com lágrimas derramadas,
e amantes a procura de amantes.
Somos na beirada apenas um restante de um nada,
que se espalha por essa estante que guarda toda essa tralha.
Somos divinos, como os pássaros a cantar, porque
somos inquilinos de algo que deixa a inocência no ar,
é que experimentamos algo pequeno e nos deixamos levar, por
causa da ânsia de querer ser, de querer amar.
Mas deixa eu te contar uma coisa,
essa vida só é mais uma historia conhecida, e tudo aqui
são retratos velhos pendurados nesse céu enferrujado,
para que possamos ter nostalgias dessas vidas não vividas.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Essa tua casa velha no teu peito amargo.

Quem adora este seu nome,
que se esconde atrás da porta,
não me deixa entrar,
me vê e não sai do lugar.
Faz assim, não me deixa aqui,
me beija com essa boca torta,
me ame nesses teus sorrisos algozes.
Mas nem entrei,
nem bati na porta,
nesta porta oca e inclinada para trás,
que você gosta, eu detesto, mas tudo bem,
amo tudo o que você ama.
Eu vou sentar aqui no degrau,
quando você decidir sair, meu amor, por favor
me avise, talvez eu esteja sonhando,
pois dormi enquanto te esperava sair dessa tua casa velha

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um café com muita pressa.


- Me vê um café expresso moço, por favor seja rapido, estou com pressa. - Olhei para o balconista com uma ferocidade grande, para que ele entende-se que realmente eu estava com pressa.
Me sentei, olhei todos ao redor, vi que eu não era maior, e me senti pequeno no redemoinho de pensamentos que por aquele local perambulava. Eu esperava o café ansiosamente, não sabia o porque também, não tinha nenhum lugar especifico para ir no momento, me deixei no talento da pressa, mas meus olhos estavam devagar, vagavam pelas as conversas alheias, subiam em alguns cachos separados e jogados nos ombros, perdiam-se em alguns sorrisos bobos, de vez em quando olhava o teto torto. Os meus dedos agitados, buscavam no mármore da cor podre algo parar sentir, meu cabelo todo bagunçado, jogado, parecia mais um monte de linha enrolada que alguma senhora jogou na minha cabeça por não ter conseguido acerta o ponto no trico.
Era um dia nublado, nublado feito os meus olhos castanhos, que mesmo não sendo da cor acinzentada que adoro, tinha um tom deprimente ao redor. Aquele riso no canto da minha boca se espalhava pelos os corredores de minha face enquanto olhava uma menina bonita de olhos claros olhando um retrato que o dono daquele local onde eu estava deixará. Ela admirava, não sei no que pensava, apenas ria sem sentido, mas que sentido tinha em tudo aquilo? Me encantei, aaah! Me apaixonei, que riso mais sem jeito, que olhos meigos, que pele clara, mas clara que a lua com toda a sua luminosidade. ”Ei menina, chegue mais perto!” Pensei. Quem derá ela ter ouvido, aah! Me apaixonei.
Aqui senhor, esta pronto o teu café expresso. - Disse o balconista
Obrigado moço, tenha um bom trabalho, tchau. - Falei andando sem olhar, sem me importar realmente.
Sai, me esqueci da menina, me esqueci de todos, me deixei vagaroso, sem mais nenhuma pressa, eu fui sem regras para o por do sol que ficava na direção do nada, enquanto algumas pessoas me olhava sorrir feito uma palhaço com pouca plateia, andar feito um jovem com toda a sua juventude na flor de pele, e morrer em cada assovio como uma cigarra morre enquanto canta, reencanta e irrita todas os ouvidos pertubados.